segunda-feira, 29 de junho de 2020

Botafogo goleia em retorno forçado

 O Botafogo tentou tudo que estava ao seu alcance para não retornar com o futebol em meio à pandemia que acomete o mundo e, por mais que tenha lutado, foi obrigado a retornar aos gramados nesse domingo. Os protestos e as manifestações de contrariedade do clube são pertinentes e a irresponsabilidade fica a cargo de quem lutou e autorizou o retorno das atividades.

 Sobre o jogo com a Cabofriense no Nilton Santos, o resultado e a atuação foram além do esperado: 6x2 Botafogo, com Pedro Raul marcando duas vezes, além de gols de Cícero, Bruno Nazário, Luiz Henrique e Caio Alexandre. Não era de se esperar muito da equipe, pois a mesma vinha de longa inatividade e não teve nem duas semanas para treinar. Apesar dessa perspectiva, o que se viu foi uma boa atuação, boas construções de jogadas, em que pese a fragilidade do adversário. A equipe entrou com três jogadores na linha de defesa, Marcelo pela direita, Cícero centralizado e Ruan Renato pelo lado esquerdo. Luiz Fernando e Danilo Barcelos funcionaram como alas, respectivamente pela direita e esquerda.

 Mal começou o jogo e, aos 3 minutos, vimos Luiz Henrique avançar pela esquerda, chutar cruzado e Pedro Raul escorar na pequena área e abrir o placar para o Fogão. O time funcionava bem pela esquerda. Aos 15, Luiz Henrique tabelou com Danilo Barcelos, que cruzou e Luiz Fernando cabeceou rente à trave. O time diminuiu um pouco o ritmo. Quem buscava se movimentar era Pedro Raul, fazendo o pivô, além de Luiz Henrique ir bem pela esquerda e algumas investidas de Luiz Fernando na direita.

 A equipe voltou a ter oportunidade aos 36, em bola que sobrou na área para Luiz Henrique, que cortou um marcador, mas chutou fraco. Dois minutos depois, Cícero recebeu no campo de ataque e arriscou de bem longe, com a bola resvalando em um marcador e entrando no canto: 2x0 Fogão! A equipe adversária chegou nessa primeira etapa em cruzamento rasteiro que atravessou a extensão da área de Cavalieri no início do jogo e, aos 46, teve uma cobrança de falta que Cavalieri defendeu com facilidade.

 Com boa vantagem no placar, o alvinegro retornou do intervalo sem alterações. No primeiro minuto da etapa final, o time adversário teve uma cobrança de falta, que Cavalieri acompanhou com atenção e a bola foi para fora. A equipe da região dos Lagos voltou mais determinada e conseguiu diminuir aos 4 minutos, após cruzamento com tranquilidade da direita, com um atacante subindo entre Cícero e Marcelo e cabeceando forte, sem chances para Cavalieri.

 O susto passou rápido, já que aos 9 minutos Bruno Nazário dominou na esquerda, lançou na medida para Pedro Raul na área, que dominou, chutou forte, rasteiro e ampliou: 3x1. O time alvinegro tinha boa vantagem, mas precisava melhorar a atenção e a marcação pelo lado esquerdo. Aos 11, novo cruzamento pelo setor e Cavalieri precisou se antecipar e rebater a bola no alto com um soco. Logo depois, em nova investida do time adversário, um atacante ganhou da marcação de Luiz Fernando, se jogou na área e o juiz marcou o pênalti de forma equivocada. Na cobrança, aos 15, o adversário diminuiu para 3x2.

 Buscando melhorar a marcação, aos 16 o treinador alvinegro substituiu Alex Santana e Luiz Fernando, respectivamente por Caio Alexandre e Fernando. A equipe então voltou a atuar com dois laterais, dois zagueiros e Cícero subiu a marcação um pouco, com Honda passando a atuar mais a frente. O time melhorou bastante com a entrada de Caio Alexandre, que deu outro ritmo. Aos 25, Luiz Henrique tocou para Bruno Nazário, que invadiu a área, mas teve o chute bloqueado. Aos 29, Caio Alexandre dominou na intermediária, lançou um bolão para Bruno Nazário, que ajeitou na área e chutou para as redes: 4x2 para o Glorioso.

 O domínio do alvinegro era amplo e, aos 34, Luiz Henrique dominou na esquerda, cortou para a direita, deixando marcadores para trás, chutou rasteiro, tirando do goleiro e aumentou o placar: 5x2. Aos 36, Honda tocou para Caio Alexandre, que lançou Pedro Raul, mas o atacante tentou cabecear para gol e pegou mal na bola, quando a melhor opção seria cabecear para Honda, que aparecia livre ao lado. A pressão permanecia. Aos 39, Bruno Nazário tocou para Fernando, que chutou cruzado, o goleiro rebateu, Cícero ficou com a sobra, mas chutou mal.

 O treinador fez mais duas substituições aos 40 minutos (foi autorizado pela Fifa, até o final desse ano, até 5 substituições), tirando Cícero e Bruno Nazário e fazendo entrar, respectivamente, Luiz Otávio e Lecaros. Com poucos minutos para jogar, Lecaros recebeu na direita, avançou e, já na área, olhou para o lado e serviu Caio Alexandre, que chutou com categoria, no ângulo, e marcou um golaço: 6x2 Fogão!

 Como disse no início, atuação e resultado além do esperado. Tivemos boas jogadas trabalhadas, mas é preciso melhorar o sistema defensivo. De destaque: Bruno Nazário, basicamente na 2ª etapa; Honda, muito bem taticamente e com qualidade; Pedro Raul, que se movimenta bem e se mostra bom finalizador, tendo deixado sua marca duas vezes; Caio Alexandre, que entrou e melhorou muito o time em campo, com boa visão de jogo, sendo coroado com um golaço; Luiz Henrique, em minha opinião, o melhor do time, com assistência, com gol, com habilidade, com velocidade.

Cartões

 Amarelo para Cícero.

Escalação/Substituições

 Cavalieri, Marcelo, Cícero (Luiz Otávio) e Ruan Renato; Luiz Fernando (Fernando), Alex Santana (Caio Alexandre), Honda, Bruno Nazário (Lecaros) e Danilo Barcelos; Pedro Raul e Luiz Henrique.

 Saudações alvinegras!

quinta-feira, 4 de junho de 2020

Desejo todo sucesso e felicidade ao Carli. No texto, números do xerife.


 Depois de 155 jogos com a camisa alvinegra, de 2016 até este momento, o “xerife” Joel Carli dá adeus ao clube e, como torcedor, desejo toda felicidade e sucesso para ele. Não se pode deixar de reconhecer a forma respeitosa como ele tratava o clube e como honrava e defendia a camisa alvinegra quando estava em campo.

 Visando a temporada de 2016, o Botafogo contratou, em dezembro de 2015, um zagueiro argentino até então desconhecido. Tratava-se de Joel Carli, que tinha 29 anos e atuava pelo Quilmes da Argentina.

 Ele chegou e logo em seu primeiro ano colaborou para que o clube se classificasse para a Libertadores de 2017. O início de Brasileiro não foi tão bom para o argentino, que estreou na competição na 2ª rodada, diante do Sport, jogo em que se contundiu. Ele retornou a campo pelo Brasileiro somente na 16ª rodada, exatamente em momento que o time começou a engrenar. Nessa campanha pelo Brasileiro de 2016, nas 16 rodadas que o xerife esteve em campo, a equipe alvinegra venceu nove partidas, empatou três e foi derrotada em quatro, com aproveitamento de 62,5%, maior que o aproveitamento do próprio time no campeonato, que foi de 51,7%. Tendo terminado na 5ª colocação, o clube conquistou uma vaga na Libertadores de 2017.

 Na campanha da Libertadores em 2017, o alvinegro disputou 14 partidas e chegou até às quartas de final, com o xerife tendo ficado de fora dos três primeiros jogos e participado dos 11 seguintes, tendo sido importante para o time avançar de fases. Um detalhe é que, embora fosse um jogador que recebia muitos cartões, nos 11 jogos pela Libertadores recebeu apenas um amarelo.

 Fatores negativos do zagueiro nesse período de clube foram as contusões que várias vezes o fez desfalcar a equipe, assim como os inúmeros cartões, igualmente o tirando de jogos, dessa vez por suspensões. Foram 58 cartões amarelos, mas expulsões foram apenas 3 nesse período de Botafogo, sendo uma delas no primeiro jogo da semifinal da Copa do Brasil de 2017, que terminou 0x0, ficando dessa forma de fora do jogo da volta, quando acabamos derrotados por 1x0, o que mostra que fez falta.

 O zagueiro balançou as redes adversárias com a camisa alvinegra em seis oportunidades, sendo o gol mais importante e marcante aquele na final do Estadual de 2018, diante do Vasco, ao apagar das luzes, que possibilitou a disputa de penalidades e a conquista do título.

 Dos 155 jogos com a camisa alvinegra, 30 foram disputados em 2016, 49 em 2017, 39 em 2018, 31 em 2019 e mais 6 nesse 2020.

 Uma curiosidade sobre o desempenho de Carli com a camisa do Botafogo é que, geralmente, quando um clube em que o atacante Fred está atuando vai enfrentar o Glorioso, a imprensa logo destaca o fato do atacante ser carrasco do alvinegro, pelo número de gols que ele já marcou quando nos enfrentou. Pois bem, esse fato não ocorreu quando Carli esteve em campo, pois nesse caso o atacante passou em branco. Foi assim em duas partidas pelo Estadual de 2016, mais duas vezes pelo Brasileiro de 2017, uma pelo jogo de ida pela Copa do Brasil de 2017 e em duas partidas pelo Brasileiro de 2019. Nas outras vezes em que seus clubes se enfrentaram ou um ou outro não esteve presente em campo.

 Obrigado por tudo Joel Carli. Desejo sucesso!

 Saudações alvinegras.

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Recordando o título invicto da Taça Cidade Maravilhosa de 1996


 Nesse tempo sem futebol, às vezes buscamos vídeos de partidas anteriores para relembrar e outro dia encontrei um no youtube com a campanha do Botafogo na Taça Cidade Maravilhosa de 1996, em que o alvinegro conquistou de forma invicta, com seis vitórias e um empate. A Taça foi um torneio disputado nos primeiros meses do referido ano, com oito equipes da capital do Estado. Lembrando que o Glorioso havia terminado de conquistar o título do Brasileiro de 1995.

 O vídeo contém os gols e melhores momentos da campanha alvinegra, além do jogo que definiu o título, que foi diante do Madureira, na íntegra. Túlio foi o artilheiro da competição com 10 gols.

 É muito interessante resgatar lembranças de jogadores que vestiram a camisa alvinegra, além da curiosidade sobre alguns que não conseguia me lembrar, como o atacante Silas, cearense, que jogava pelo lado esquerdo, veloz e driblador, que participou de alguns jogos na campanha, como na vitória diante do Madureira, que garantiu o título, além de clássicos. Silas conta, em matéria de 2012 do Diário do Nordeste, que o clube, com a saída de Donizete, procurou um atacante para suprir essa perda. Relatou também que ele era mais quieto, mas dividiu quarto de concentração com o atacante Túlio.

 Outra curiosidade foi no jogo diante do Madureira, quando na transmissão foi informado que o “bicho” pela vitória seria dobrado, com os jogadores recebendo mil reais, muito em função de ser contra o Madureira, pois no início do ano, Iranildo, campeão brasileiro pelo clube, que pertencia ao Madureira, havia sido negociado pelo tricolor suburbano para o Flamengo. Além do bicho, segundo a transmissão, teria sido anunciado pelo então presidente Montenegro de que seria pago ainda 100 reais por cada gol de diferença.

 As curiosidades não param por aí. Foi nessa competição que Túlio marcou o seu centésimo gol pelo Botafogo, na goleada diante do Bangu, jogo em que ele marcou 4 vezes.

 A campanha começou com vitória diante do América, por 3x1, em São Januário. O time adversário abriu o placar no 1º tempo e o Botafogo virou na 2ª etapa, com gols de Mauricinho e dois de Túlio, sendo um de pênalti.

 O jogo seguinte seria o clássico diante do Fluminense, no Maracanã, com o Botafogo vencendo por 2x0. O time abriu o placar no 1º tempo com Beto e, na etapa final, Silas, o citado atacante cearense, cobrou escanteio da direita, a bola foi cabeceada para trás por um jogador adversário e Gottardo aproveitou e marcou o 2º gol. Túlio ainda sofreu um pênalti, cobrado por ele mesmo, porém bateu mal e o goleiro defendeu.

 O 3º jogo foi contra o Olaria, em Caio Martins. O goleiro da equipe adversária era Ricardo Cruz, nosso goleiro do título do Estadual de 1989. O alvinegro abriu o placar no 1º tempo com Bentinho. Silas entrou após o intervalo e fez belas jogadas. Túlio foi o autor do 2º gol, que fechou o placar.

 Depois veio o clássico diante do Vasco, no Maracanã e o placar final foi recheado de gols, com o Glorioso saindo vitorioso por 5x3. O adversário abriu o placar no 1º tempo. Na 2ª etapa, Dauri empatou, em rebote do goleiro após chute de Túlio. Depois Silas cruzou rasteiro da esquerda e Bentinho, de letra, desempatou. Túlio ampliou para 3x1. O lateral Jefferson recebeu livre no ataque e, de frente para o goleiro, mandou para as redes, fazendo 4x1. O time adversário chegou a diminuir para 4x3, mas em ótimo passe de Uidemar, Túlio fechou o placar em 5x3.

Na sequência, goleada por 4x0 diante do Bangu, em Moça Bonita. Túlio marcou dois gols no 1º tempo, que terminou 2x0. Na etapa final, Túlio marcou o 3º dele e seu centésimo gol pelo clube. Mais para o fim, Silas fez grande jogada na área e rolou para Túlio marcar o 4º gol e fechar o placar em 4x0.

 E veio a partida diante do Madureira, no Maracanã, que seria a penúltima do time alvinegro na competição, embora fosse pela 4ª rodada, o jogo havia sido adiado em função de compromisso pela Libertadores. O alvinegro poderia conquistar o título da taça municipal com um simples empate e foi a campo, escalado pelo treinador Marinho Perez, com a seguinte formação: Wagner, Perivaldo, Gottardo, Gonçalves e Jefferson; Moisés, Jamir, Uidemar e Dauri; Túlio e Bentinho.

 No Madureira jogavam o goleiro Acácio, além de Eduardo, lateral esquerdo de origem, com passagem pelo Botafogo, mas formado pelo Fluminense, que estava atuando como meia, Bonamigo, o lateral Germano (ex-Botafogo) e o lateral Cley (ex-Botafogo), que entrou durante a partida.

 Empurrado pela torcida, o Glorioso fez 2x0 na etapa inicial, com o primeiro gol marcado contra, após chute cruzado do lateral Jefferson, e o segundo em chute de meia distância de Dauri, que acertou o canto.

 A equipe retornou para o 2º tempo com o atacante Silas no lugar de Perivaldo e Moisés sendo deslocado para a lateral (Wilson Goiano estava contundido).

 Aos 2 minutos do 2º tempo, o lateral Jefferson, que havia recebido cartão amarelo na 1ª etapa, recebeu o 2º e foi expulso. O treinador substituiu Bentinho por Paulo Roberto, para recompor a lateral esquerda. Por volta dos 30 minutos, Jamir arriscou forte, rasteiro, de longe, acertou o canto e marcou o 3º gol. Nos últimos minutos Wagner foi substituído por Carlão. Fim de jogo e festa alvinegra nas arquibancadas, com gritos de "é campeão"!

 A Taça Cidade Maravilhosa somente foi entregue ao clube na última rodada, no Maracanã, diante do Flamengo. Antes do jogo foi realizada a volta olímpica. No jogo, o time adversário abriu o placar e Túlio empatou ainda no 1º tempo. Na etapa final, Dauri fez 2x1 para o Glorioso e o adversário empatou quando o alvinegro tinha 10 em campo, pois Perivaldo havia sido expulso.

 Saudações alvinegras.