sexta-feira, 5 de abril de 2019

Futebol pobre e inofensivo


 Foi isso que o Botafogo mostrou em campo no empate por 1x1 diante do Juventude, pelo jogo de ida da Copa do Brasil, em pleno estádio Nilton Santos. Depois do jogo, as alegações: "tivemos várias oportunidades, mas o goleiro deles estava em noite inspirada"; "tivemos maior posse de bola, mas o time adversário se fechou, compactou as linhas".

Posse de bola improdutiva

 Eu diria que tivemos maior posse porque o time gaúcho abriu mão de jogar, preferindo se defender, mas o Glorioso não soube e não teve capacidade para furar a retranca. O resultado foi mais demérito nosso do que propriamente mérito deles.

Oportunidades de gol com raras jogadas trabalhadas

 As chances que tivemos, em sua maioria, foram fruto de cruzamentos sem qualidade em direção a área adversária e chutes de fora, evidenciando, mais uma vez, a falta de um meia de criação, que é uma reclamação que fazemos reiteradamente:

- 12 minutos (1º tempo) - chute forte de Marcinho, de bem longe, que o goleiro espalmou;
- 28 minutos (1º tempo) - a bola rondou a área gaúcha, sobrou na entrada da área para João Paulo, que chutou e o goleiro espalmou;
- 41 minutos (1º tempo) - Gabriel pegou uma sobra na área adversária, chutou e o goleiro salvou;
- 19 minutos (2º tempo) - chute cruzado de Pimpão da direita, a meia altura, passou perto da trave;
- 22 minutos (2º tempo) - Pimpão recuperou a bola no meio, avançou, chutou de bem longe e o goleiro mandou para escanteio.

O que criamos de fato

- 3 minutos (2º tempo) - em bola enfiada na área para Erik, após boa participação de Jonathan na jogada, o atacante se antecipou ao goleiro e foi derrubado. Pênalti convertido pelo próprio Erik aos 5 minutos;
- 23 minutos (2º tempo) - em bola recuperada por Diego Souza, Erik recebeu, tocou na área para Cícero, que concluiu, a bola bateu na zaga e saiu;
- 34 minutos (2º tempo) - Jonathan recebeu na esquerda, cruzou na medida para Diego Souza, que cabeceou no canto e o goleiro espalmou;
- 44 minutos (2º tempo) - Erik tocou para Luiz Fernando na direita, esse avançou, rolou para Diego Souza, recebeu de volta na área, achou Kieza livre no meio da área, mas o centroavante concluiu para fora, desperdiçando de forma incrível a melhor jogada da equipe durante todo o jogo.

Falha defensiva

 Se não bastasse o fraco poder de criação, ainda falhamos defensivamente. E isso no início do jogo, quando o time adversário ainda não havia recuado em demasia. Logo aos 5 minutos, após cruzamento da esquerda, a bola foi cabeceada no 2º pau e Gatito defendeu. Parecia um prenúncio, já que aos 19, em escanteio da esquerda, a bola sobrou livre para um atacante no bico da pequena área, pela direita e o placar foi aberto. Desatenção total. Depois o time não levou mais sustos defensivos, exatamente porque a equipe gaúcha passou apenas a se defender.

João Paulo expulso

 João Paulo poderia não estar sendo o destaque da equipe, mas apresentava um jogo superior a maioria de seus companheiros. Infelizmente, aos 35 minutos do 1º tempo, em desentendimento após uma falta no meio de campo, ele e um jogador adversário foram expulsos.

O que tem impedido substituições no intervalo?

 Assim como ontem, também em outras partidas a equipe fez um 1º tempo muito fraco, mas o treinador insistiu na formação inicial, mesmo com alguns jogadores com atuações abaixo da crítica. Ontem foi assim. Time mal, sem criar nada, com João Paulo expulso, ele voltou com a equipe sem alterações. Só promoveu a primeira mexida aos 20 minutos, mesmo com a incapacidade da equipe de criar chances claras de gol, se resumindo a tocar a bola de um lado para o outro ou para trás. Na primeira mexida ele tirou Marcinho e colocou Luiz Fernando, que atuou como ala. Depois, aos 28, tirou Pimpão e colocou Kieza e, por fim, aos 30, sacou o zagueiro Marcelo para a entrada do volante Gustavo. Resultado prático nas respectivas e surpreendentes mexidas? Nenhum.

Jogadores com atuações bem abaixo do esperado

 Ontem tivemos um Cícero lento, sem produzir boas jogadas. Tivemos um Diego Souza sem receber bolas limpas no ataque, evidenciando a falta de criação do time. Tivemos Pimpão errando tudo que tentava. Tivemos Kieza e o seu já citado gol perdido. Tivemos o setor defensivo falhando claramente no gol dos gaúchos. Só salvo da atuação de ontem o atacante Erik, que foi quem mais participou de jogadas, sofreu o pênalti e converteu com categoria. Gatito não teve culpa no gol e depois não foi mais incomodado.

Decepção, em função da expectativa criada

 Foram dez dias de treinamento e nenhuma evolução foi vista em campo. Um futebol pobre, inofensivo e até irritante. O futebol apresentado esse ano pelo Botafogo é de dar um enorme desgosto. Não só o placar, mas principalmente a atuação de ontem foi uma decepção.

 O jogo da volta contra o Juventude será quinta-feira da próxima semana, em Caxias do Sul.

Cartões

 Amarelo para Jonathan, Marcelo e Gustavo.
 Vermelho para João Paulo.

Escalação/Substituições

 Gatito, Marcinho (Luiz Fernando), Marcelo (Gustavo), Gabriel e Jonathan; Alex Santana, Cícero e João Paulo; Erik, Diego Souza e Pimpão (Kieza).

 Saudações alvinegras.

Nenhum comentário: