quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Descanse em paz Espinosa! Agradecimento eterno a você!



 O falecimento de Valdir Espinosa é daquelas notícias que lamentamos demais, tornando o dia bem triste, mesmo que seja o caminho de todos nós.

 Espinosa, um gaúcho que costumeiramente estampava um sorriso nos lábios, de uma educação e respeito enormes com aqueles que com ele tratavam, devia ter a real dimensão do que representava para os alvinegros, principalmente aqueles que viveram o longo período sem títulos do final dos anos 60 até o final dos 80, quando eram alvos de zoação de rivais, de angústia a cada ano que a incômoda sequência negativa não era quebrada e até, em certos momentos, de falta de esperança de que aquilo terminaria.

 Só vivendo o que minha geração e outras anteriores enfrentaram para ter a devida noção do que representou o título estadual de 1989, sob a batuta do então técnico Valdir Espinosa, que mesmo não tendo uma equipe considerada favorita, foi encorpando e organizando a mesma, não faltando empenho e dedicação a cada partida. O time crescia durante o transcorrer da competição e, com ele, crescia também a esperança e o acreditar de seus torcedores. 

 Não bastava quebrar aquele jejum de títulos, Espinosa e equipe fizeram mais, conquistaram o campeonato de forma invicta, fazendo com que os alvinegros “lavassem a alma”. 

 A campanha foi coroada e encerrada na noite mágica de 21 de junho, com vitória por 1x0 sobre o Flamengo. Ao final do jogo, o placar eletrônico do Maracanã piscava com os dizeres Botafogo Campeão e Espinosa dizia o quanto ele sonhava com aquela cena.


 Durante o jogo final, meu falecido pai foi para o quarto e às vezes ligava o rádio para acompanhar, de tão tenso com aquela decisão. Meu pai, que tantas glórias presenciou do Botafogo, estava nervoso e ansioso, basicamente por minha causa, porque queria muito me ver comemorando um título do Glorioso, até por acompanhar, a cada ano, minha paixão pelo alvinegro crescer e não esmorecer, mesmo com esse longo jejum de títulos. Não há como esquecer o abraço que meu pai me deu após o apito final e confirmação do título. No dia seguinte, eu usava a gloriosa camisa alvinegra com muito, mas muito orgulho e por onde passava não faltava um “parabéns botafoguense”. 

 Então Espinosa, com toda certeza você está marcado na história do Botafogo e de inúmeros torcedores alvinegros, como este aqui. Nosso agradecimento é eterno! Descanse em paz!

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