O falecimento de Valdir Espinosa é daquelas notícias que lamentamos demais, tornando o dia bem triste, mesmo que seja o caminho de todos
nós.
Espinosa, um gaúcho que costumeiramente estampava
um sorriso nos lábios, de uma educação e respeito enormes com aqueles que com
ele tratavam, devia ter a real dimensão do que representava para os alvinegros, principalmente
aqueles que viveram o longo período sem títulos do final dos anos 60 até o final dos 80, quando eram alvos de zoação de rivais, de
angústia a cada ano que a incômoda sequência negativa não era quebrada e até,
em certos momentos, de falta de esperança de que aquilo terminaria.
Só
vivendo o que minha geração e outras anteriores enfrentaram para ter a devida
noção do que representou o título estadual de 1989, sob a batuta do então
técnico Valdir Espinosa, que mesmo não tendo uma equipe considerada favorita,
foi encorpando e organizando a mesma, não faltando empenho e dedicação a cada
partida. O time crescia durante o transcorrer da competição e, com ele, crescia
também a esperança e o acreditar de seus torcedores.
Não
bastava quebrar aquele jejum de títulos, Espinosa e equipe fizeram mais,
conquistaram o campeonato de forma invicta, fazendo com que os alvinegros “lavassem
a alma”.
A
campanha foi coroada e encerrada na noite mágica de 21 de junho, com vitória
por 1x0 sobre o Flamengo. Ao final do jogo, o placar eletrônico do Maracanã
piscava com os dizeres Botafogo Campeão e Espinosa dizia o quanto ele sonhava
com aquela cena.
Durante
o jogo final, meu falecido pai foi para o quarto e às vezes ligava o rádio para
acompanhar, de tão tenso com aquela decisão. Meu pai, que tantas glórias
presenciou do Botafogo, estava nervoso e ansioso, basicamente por minha
causa, porque queria muito me ver comemorando um título do Glorioso,
até por acompanhar, a cada ano, minha paixão pelo alvinegro crescer e não esmorecer, mesmo com esse longo jejum de títulos. Não há como esquecer o abraço que meu
pai me deu após o apito final e confirmação do título. No
dia seguinte, eu usava a gloriosa camisa alvinegra com muito, mas muito orgulho e
por onde passava não faltava um “parabéns botafoguense”.
Então Espinosa, com
toda certeza você está marcado na história do Botafogo e de inúmeros torcedores
alvinegros, como este aqui. Nosso agradecimento é eterno! Descanse em paz!
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