quinta-feira, 4 de outubro de 2018

O botafoguense merece demais coisas boas, mas é submetido a sofrimentos e decepções


 O Botafogo deu adeus à Copa Sul-Americana, mesmo saindo vitorioso durante os 90 minutos. Como devolveu o 2x1 aplicado pelo Bahia no jogo de ida, a classificação foi definida nas cobranças de penalidades máximas e a equipe baiana saiu vitoriosa por 5x4. Pimpão e Luiz Fernando marcaram os gols e, nas penalidades, Marcinho e Moisés desperdiçaram, com Saulo defendendo uma cobrança.

 O torcedor alvinegro acreditou na classificação para as quartas de final, compareceu ao Nilton Santos (foram 30 mil botafoguenses) e saiu frustrado, decepcionado e, porque não dizer, revoltado.

 Sabedor de que em mata-mata a disputa pode ocorrer por meio de penalidades máximas, o botafoguense torceu e criou a expectativa de que o goleiro Gatito finalmente retornasse, já que o paraguaio é acima da média no quesito defender pênaltis. E por ser acima da média, transmite confiança aos companheiros e coloca naturalmente pressão sobre os jogadores adversários. Mesmo já treinando com a equipe, não foi dessa vez que o arqueiro foi liberado para a partida. A irritação dos torcedores com a demora na recuperação dos atletas alvinegros que se contundem é enorme. Quando um jogador vai para o DM, a expectativa dos torcedores pelo retorno do mesmo é de total pessimismo, fruto de exemplos recentes, como Jefferson e o próprio Gatito Fernandez.

 A eliminação trouxe também enorme prejuízo financeiro, assim como já havia ocorrido naquele vexame pela Copa do Brasil. Isso para um clube repleto de dívidas é terrível.

 Empurrado pela torcida, o alvinegro entrou determinado, criou algumas chances e abriu o placar aos 26, em jogada de oportunismo de Pimpão. O 1x0 classificava o alvinegro. Era preciso atenção, mas aos 32, em bola lançada para a nossa área, da esquerda para a direita, Moisés não marcou ninguém, um jogador baiano, livre nas suas costas, ajeitou de cabeça para a entrada da pequena área e um companheiro chutou e empatou. Um castigo pelo vacilo, pela falta de atenção de um jogador que já havia cometido uma falta totalmente desnecessária diante do São Paulo, que gerou o empate. O time alvinegro não demorou a reagir e desempatou aos 39, com Luiz Fernando recebendo na meia direita, tirando do goleiro e mandando para as redes.

 O Botafogo precisava de mais um gol para se classificar, mas passou a sofrer pressão do adversário a partir dos 10 minutos da etapa final. O treinador sacou Matheus Fernandes para a entrada de Renatinho. Quinze minutos depois a torcida pediu Aguirre. O que o treinador fez? O colocou, mas ao invés de sacar Kieza, quem saiu foi Luiz Fernando, que vinha bem no jogo e era esperança de conseguir um algo a mais.

 O time baiano teve uma chance incrível e somente não empatou porque Marcinho se antecipou ao adversário e bloqueou o arremate. Marcelo Benevenuto substituiu Bochecha. Nos últimos minutos o alvinegro teve alguns contra-ataques, mas sempre desperdiçava no último passe ou por escolha equivocada.

 Nas penalidades, Moisés foi o 6º alvinegro a cobrar e errou. Questionado após o jogo pela reportagem da tv, Pimpão, que poderia ser um cobrador, disse que Moisés pediu para cobrar, que estaria confiante. A forma com a qual o lateral esquerdo se dirigiu do meio de campo até a marca de pênalti não aparentou ser de alguém que estivesse tão confiante assim.

 Se tivesse que destacar um jogador nessa quarta-feira, esse seria Rabello, que além de ter cumprido a dele, ainda cobriu alguns vacilos de Carli na 2ª etapa. Mas quem eu gostaria de destacar de fato é o torcedor alvinegro, tão sofrido, submetido a vexames, a eliminações doloridas, mas que sempre mostra a todos a sua paixão, o amor que tem pela estrela solitária. Nessa quarta foram 30 mil presentes ao Nilton Santos.

 O que resta agora é a luta para fugir da degola no Brasileiro, ou seja, mais sofrimento e mais angústia. O torcedor, pela paixão que demostra, merece coisas boas, já o clube não tem feito por merecer os seus apaixonados torcedores.

 O Botafogo atuou com a seguinte formação: Saulo, Marcinho, Carli, Rabello e Moisés; Lindoso, Bochecha (Marcelo Benevenuto) e Matheus Fernandes (Renatinho); Luiz Fernando (Aguirre) e Pimpão; Kieza.

 Saudações alvinegras.

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