terça-feira, 1 de outubro de 2019

Só a paixão para fazer acompanhar tamanha inoperância


 Então alvinegro, sinceramente, ao assistir a partida de ontem diante do Fortaleza, quando o Botafogo foi mais uma vez derrotado, você em algum momento vislumbrou a possibilidade do time conseguir um triunfo, marcar gols, ao menos um? A sensação é de que a equipe poderia ficar um dia inteiro ali e mesmo assim não conseguiria chegar às redes adversárias, tamanha a inoperância na criação de jogadas e, por conseguinte, ofensiva.

 Gostaria de saber, dentro das estatísticas do time alvinegro, na que se refere aos passes, qual o percentual daqueles que são dados para trás. São exagerados os passes para trás e mais do que atrasar para atrair a marcação adversária e abrir espaços, os mesmos são dados por total falta de capacidade de infiltração na defesa do time adversário.

 Vejam que quando acontecem raras jogadas em velocidade e principalmente verticais, chances surgem, como aos 13 minutos do 1º tempo, com Diego Souza avançando pela esquerda, cruzando e Cícero desperdiçando, ao concluir em cima do goleiro.

 Tentando resolver o problema ofensivo, uma das opções pensadas pelo treinador, há alguns jogos, foi avançar Marcinho e efetivar Fernando na lateral direita. Ora, se o próprio Marcinho já não é um exímio marcador, a situação piorou demais com Fernando, que deixa espaços em demasia e isso aconteceu demais na partida em Fortaleza. A equipe adversária explorou o setor do jovem lateral.

 No 1º tempo, tirando a oportunidade desperdiçada por Cícero, só voltamos a chegar com relativo perigo aos 33, em escanteio cobrado por Marcinho de forma fechada, que gerou bate-rebate, mas Marcelo não conseguiu aproveitar. Já a equipe cearense ameaçou aos 22, em chute que bateu na trave, aos 29, em cruzamento fechado rente à trave e aos 39, em cabeceio do atacante no travessão, após cruzamento da esquerda.

 Já no 2º tempo a única jogada que poderíamos dizer que chegou mais próximo de uma chance de gol aconteceu aos 2 minutos, quando Diego Souza fez boa jogada, tocou para Luiz Fernando na direita, mas a conclusão cruzada foi para fora. O time adversário exigiu de Gatito logo com 1 minuto, em bola de cabeça, marcou um gol aos 3, anulado corretamente pelo VAR, aos 14, em arremate da entrada da área, que Gatito mandou para escanteio. Já aos 15, após escanteio fechado da esquerda, Marcelo tentou cortar, mas mandou de cabeça para o próprio gol e o placar foi aberto. Depois do gol, se alguém poderia ter chegado às redes, esse alguém foi a equipe cearense. Aos 23, saiu um chute cruzado rente à trave. Aos 29 eles acertaram a trave mais uma vez, em chute da entrada da área, aos 41, em chute forte de longe, Gatito rebateu para escanteio e aos 48, quando um chute foi desviado e Gatito se esforçou e mandou para escanteio.

 Sofremos um gol, eles tiveram um outro bem anulado, mas por questão de centímetros teria sido validado e mandaram três bolas na trave. O alvinegro não jogou, mais uma vez. O treinador fez três alterações, tirando Luiz Fernando, João Paulo e Cícero e colocando, respectivamente, Marcus Vinícius, Léo Valencia e Victor Rangel, porém absolutamente nada mudou.

 O time treina, treina, treina e não mostra evolução alguma em campo. O elenco é limitado? É, mas têm equipes igualmente ou até mais limitadas que vem mostrando um futebol melhor.

 Alguma coisa precisa ser feita. A responsabilidade é toda da direção sim, que planeja mal, contrata mal, não consegue patrocínios, não paga salários em dia, mas mesmo assim é preciso mostrar em campo um futebol minimamente razoável e isso não vem acontecendo. É preciso um fato novo para ver se a situação melhora. O treinador não é o culpado pela péssima gestão do clube, mas ele não vem conseguindo fazer a equipe jogar um futebol minimamente aceitável e o que está em risco é a permanência do clube na série A.

Cartões

 Amarelo para Lucas Barros e Fernando.

Escalação/Substituições

 Gatito, Fernando, Marcelo, Gabriel e Lucas Barros; Cícero (Victor Rangel), Gustavo e João Paulo (Léo Valencia); Marcinho, Diego Souza e Luiz Fernando (Marcus Vinícius).

 Saudações alvinegras.

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