quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Há 1 ano a atual gestão do Botafogo era eleita

 No dia 25 de novembro de 2014 os alvinegros elegiam seu novo presidente. Dos quatro candidatos, o escolhido foi Carlos Eduardo Pereira.

 Neste um ano o clube terminou na 2ª colocação do Estadual, depois de ter feito, em 2014, a pior campanha no referido campeonato. Também durante este primeiro ano de nova gestão o clube conseguiu o retorno para a série A, conjuntamente com o título da série B.

 Durante o pleito eleitoral encaminhamos 15 perguntas aos então candidatos e a publicação no blog ocorreu algumas semanas antes da eleição e, também, um dia após a mesma, neste caso somente com as respostas do candidato eleito.

 Analisaremos, nesta postagem, respostas dadas pelo presidente um ano atrás. Não faremos a nossa análise para todas as perguntas, já que algumas eram bem específicas para o momento que o clube atravessava ano passado.

 Tentamos que tal paralelo fosse feito pelo próprio presidente, mas, infelizmente, não obtivemos nenhuma resposta para os e-mails encaminhados para o mesmo endereço em que já tivemos retornos anteriores.

 A quem interessar, as respostas de um ano atrás, na íntegra, podem ser lidas clicando aqui.

 Vamos a algumas respostas de um ano atrás dadas pelo presidente e algumas considerações que fizemos com base no momento atual: 

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 Para a pergunta: Após assumir o clube, buscará os candidatos derrotados para que possam aglutinar forças em prol do clube?

o presidente respondeu que a chapa estava aberta ao diálogo com as demais, com os associados e torcedores. Que não poderiam abrir mão dos botafoguenses que quisessem ajudar, mas sempre dentro dos valores que regem seu Plano de Gestão e desde que não tivessem participação nos atos da gestão anterior.

 Perguntaríamos ao presidente se nesse um ano de gestão houve entendimento e colaboração de integrantes das demais chapas.
 Consideramos que seria bom, diante das dificuldades que o Glorioso atravessa, se os diferentes grupos de alvinegros convergissem suas ideias, deixassem as diferenças de lado e unissem forças em prol do clube, mas, infelizmente, parece que é pedir demais.

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 Em relação à pergunta, "Em sua opinião, atualmente qual a principal prioridade do Botafogo?", a resposta na íntegra foi a seguinte:

Sem dúvida alguma é o setor financeiro e o equacionamento das pendências fiscais, trabalhistas e cíveis, sem o que não teremos como gerenciar o Clube. O BOTAFOGO hoje encontra-se em estado de insolvência de fato, e isso precisa ser revertido o mais rapidamente possível. Em seguida, o futebol como um todo, da base ao time principal e a captação de novos recursos e patrocínios, sem os quais nada se consegue.

 Sobre as questões abordadas na resposta, não há como negar o esforço e os avanços feitos pela atual direção.

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 Na pergunta sobre o estádio Nilton Santos: "Planos relacionados ao Engenhão, assim que estádio for devolvido ao clube?"

o presidente na ocasião respondeu que a questão do estádio Nilton Santos ainda estava muito nebulosa, que a forma como ocorreu a interdição e a inércia do clube foram perturbadoras e que sócios e torcedores mereciam tudo bem apurado e divulgado. Citou prospecções e estudos em relação a parceiros comerciais para explorar economicamente o estádio. Disse que o estádio passaria a ostentar nossas cores.

 O estádio foi devolvido ainda em obras e agora ficará por conta dos Jogos Olímpicos. Sobre a interdição, considero que ainda há esclarecimentos que precisam ser feitos. Sobre os parceiros e sobre ostentar nossas cores, espero que após as Olimpíadas isso volte à pauta e se concretize.

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 A pergunta "O que pensa sobre uma possível cogestão do Engenhão, conforme foi noticiado?" teve a seguinte resposta na íntegra:

Precisaremos conhecer exatamente as relações existentes entre o BOTAFOGO e a operadora, pois já foi feito um empréstimo de mais de R$ 20 milhões sem a aprovação dos órgãos do Clube (Conselhos Fiscal e Deliberativo). Qualquer decisão deverá estar amparada num plano de negócios vantajoso para o BOTAFOGO.

 O assunto cogestão do estádio foi levantado novamente pela imprensa, agora em relação a outro clube, mas, pelo que foi noticiado na ocasião, o presidente rechaçou a ideia.
 Em relação ao empréstimo de um ano atrás, iríamos perguntar ao presidente qual o risco que o clube corre.

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 Para a pergunta "Sobre a situação financeira, o que pensa das ações do clube em relação ao Ato Trabalhista, REFIS, Proforte?" foram levantados os seguintes tópicos na resposta:

- Fazer uma “due diligence” da Dívida, de modo a avaliar exatamente o seu valor e o seu perfil;
- Alongar o perfil da dívida de curto prazo, por meio de negociação realista com credores;
- Examinar detalhadamente os contratos atuais do clube, procurando renegociar ou rescindir aqueles que não tragam benefícios reais ou prejuízos ao clube;
- Elaborar um planejamento tributário, a ser rigorosamente seguido;
- Trabalhar com orçamentos realísticos e fortalecer os processos de controladoria, de modo a garantir que a execução orçamentária não produza déficits nos demonstrativos de resultados;
- Controlar as receitas e despesas por centros de custo, de modo a manter no clube apenas atividades superavitárias ou autofinanciáveis;
- Planejar uma gestão por objetivos de curto, médio e longo prazo, que demonstre a viabilidade econômica do Clube e facilite a negociação com possíveis investidores que tragam dinheiro novo para o clube;
- Reconquistar a credibilidade no mercado pela transparência, responsabilidade e eficácia da gestão econômica-financeira do clube.

 Em relação aos tópicos levantados na época, a ideia era que o presidente pudesse nos responder agora sobre a situação atual de cada um deles.
 Conseguimos retornar ao Ato Trabalhista e a direção merece os elogios por isso. Infelizmente alguns credores tentam furar a fila do Ato. Acredito que a forma como as coisas vêm sendo conduzidas, o clube aos poucos vai reconquistando a credibilidade.
 Hoje o clube anunciou que aderiu ao PROFUT, que é o programa de refinanciamento de dívidas.

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 Em relação à pergunta "Como avalia a gestão Maurício Assumpção?"

o presidente respondeu, entre outras coisas, que a reeleição tinha mais uma vez feito mal ao BOTAFOGO e que tinha como compromisso promover uma reforma estatutária que a proíba.

 No dia 29/10/2015 foi veiculado no site globo.com que há um grupo de trabalho analisando algumas mudanças estatutárias, entre elas o fim da reeleição, com o mandato passando a ser de 4 anos e não mais de 3.
 Perguntaríamos ao presidente se ele confirmava tal informação e, em caso afirmativo, se a referida proposta já valeria para o mandato em vigor ou somente para o próximo.

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 Sobre a questão "Como recuperar a confiança do torcedor, após um ano de tanta humilhação, com pior campanha em estaduais, última posição no grupo da Libertadores, eliminado com goleada na Copa do Brasil e lutando para não cair no Brasileiro?"

o presidente respondeu que era essencial um choque de transparência e credibilidade, para que todos os botafoguenses se unam na luta pela recuperação do Clube e para que o compromisso seja duradouro as ações precisariam ser divulgadas e entendidas por todos.

 Sabemos que o principal objetivo, o retorno para a série A, foi alcançado, o que trouxe um grande alívio.
 Perguntaríamos ao presidente se ele considera, com o trabalho apresentado, que o apoio foi o esperado ou foi aquém da expectativa.
Perguntaria também, com base na transparência, o que leva o clube a contratar atleta e não utilizá-lo (por exemplo, Bazallo). 

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 Para a pergunta "Poucos jogos em tv aberta acabam dificultando a conquista de patrocinadores. Como trabalhar isso junto à emissora de televisão?"

o presidente respondeu que iria dialogar com a televisão, pois a diferença entre a remuneração dos grandes clubes é exagerada.

 Perguntaríamos se houve algum avanço nos diálogos com a tv durante este primeiro ano de gestão.
 Não observamos alguma melhora nesse período.
 
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 Para a questão "Projeto concreto para o CT da base?"

foi respondido sobre a vontade de criação de um centro de treinamento único, integrando o profissional e a base, possibilitando uma sinergia e uma verticalização do Departamento de Futebol e melhor adaptação dos métodos de treinamento. Disse que tal medida reduziria custos e otimizaria os recursos.

 Sabemos que a dificuldade financeira do clube é imensa, o que com certeza ainda inviabiliza tal medida.
 Perguntaríamos ao presidente se ele considera que o que foi feito com Caio Martins e General Severiano (retorno do campo de treino) podem ser considerados como grandes avanços em 2015, diante da falta de recursos.

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 Para a pergunta "Com a situação financeira atual, qual o nível de elenco que pretende montar para 2015?", a resposta na íntegra foi:

Temos poucas receitas disponíveis para 2015, pois a maioria já está comprometida com dívidas. Entendemos que muitos Clubes não conseguirão manter plantéis de altíssimo investimento e prevemos um ano de transição que irá nos favorecer. Certamente teremos um time competitivo e mesclando experiência, talento e juventude.

 O elenco montado atingiu o objetivo de conduzir o clube de volta para a série A.
 Poderíamos perguntar ao presidente, com base na mesma pergunta de um ano atrás, o que ele poderia nos dizer visando a campanha em 2016.

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 Da pergunta "Se eleito, pretende procurar Jefferson para tentar mantê-lo no clube?" destacamos o seguinte trecho da resposta: 

A permanência do Jefferson é essencial para a retomada de nossas atividades em 2015.

 Jefferson de fato ficou em 2015, sendo importantíssimo para o nosso retorno, assim como a referência para a torcida dentro do elenco formado.

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 Para a pergunta "Sócio torcedor com direito a voto, sim ou não?"

a resposta foi SIM, que a ideia era segmentar os planos de sócio de acordo com a preferência do torcedor. Que o torcedor que quiser ter direito a voto pagaria um valor determinado, o que quiser ter acesso ao clube social pagaria outro valor, o que quisesse ter apenas acesso ao estádio, outro valor, e assim sucessivamente.

 Na matéria da globo.com de 29/10/2015, além da questão da reeleição, consta que o grupo de trabalho também estuda o direito a voto para o sócio torcedor.
 Perguntaríamos ao presidente se procede a informação e, em caso afirmativo, se já valeria para a próxima eleição e qual período de carência para ter direito a voto.

 Infelizmente não conseguimos receber as respostas pretendidas, mas quem sabe ainda possam ser respondidas para este espaço.

 Neste um ano gostaríamos de parabenizar a direção do clube por ter conseguido atingir o objetivo de reconduzir o Glorioso ao lugar que é dele. Que no próximo ano de gestão novos objetivos sejam alcançados, sempre pensando em elevar cada vez mais o Botafogo.

 Saudações alvinegras.

2 comentários:

Marcos Paret disse...

Eu tenho tido confiança no Cadu mas estou sempre em alerta. Sei que ele é empresário bem sucedido e jamais meteria os pés pelas mãos como o fez o seu antecessor, aquele em quem tentei acreditar mas ficou difícil.

O teste verdadeiro dele como dirigente será neste 2016.

Cadré disse...

Paret, estamos confiando. Tem feito um bom trabalho, mas obviamente que estamos atentos e quando merecer críticas, as faremos.