quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Pitacos sobre a entrevista do presidente

 A entrevista com o presidente do Botafogo foi ao ar nessa terça-feira, pela ESPN Brasil. Ele falou muito, mas disse pouco. 

 Vou me ater à algumas questões:
  
 - Em relação ao Engenhão, disse que diversos procedimentos necessários ainda não haviam permitido que fosse adotada ação para tentar recuperar os prejuízos causados pela interdição.
 Depois de mais de um ano ele disse que o clube está próximo de mover a ação, mas que os advogados analisam contra quem movê-la.
 É muita demora e ainda há indefinição.
 Ainda sobre essa questão ele falou que alguns disseram que o motivo do clube não ter sido mais duro, no que se refere à interdição, se deve por ele ser filiado ao partido do prefeito e que poderia estar visando candidatura. Disse que não saiu candidato a vereador e nem a deputado.
 Vale observar que eleição municipal foi em 2012 e o Engenhão interditado em 2013, ficando sem sentido ele citar não ter se candidatado a vereador. Em relação à provável candidatura a deputado, diante do desgaste de sua imagem atualmente, seria bem improvável, mas considero que no período inicial da interdição do estádio ele poderia ter essa intenção sim;

 - Sobre o Ato Trabalhista ele confirmou que o que causou a exclusão foi que o Tribunal considerou como fraude o clube ter deixado fora do percentual obrigatório no acordo os recursos referentes à Cia Botafogo.
 Sobre isso, é difícil ele tentar justificar o injustificável.
 Disse que estão trabalhando para retornar ao Ato.
 A imprensa noticiou que o julgamento para decidir se o clube retorna ou não ao Ato seria no próximo dia 07 de agosto, mas o presidente informou que não foi possível incluir a questão para análise no dia 07 e que, provavelmente, o julgamento deverá ser no dia 21 de agosto;

 - Indagado se a questão trabalhista é a que mais asfixia o clube, ele respondeu que não. Disse que o que mais afeta é a parte fiscal. Mantém esperança na aprovação do projeto de refinanciamento das dívidas, que tramita no Congresso;

 - O presidente disse que o contrato do clube com a empresa de consultoria, administrada por seus familiares, foi analisado como legal pelos setores competentes do clube. Disse que após tal análise caberia a ele decidir se firmaria o contrato ou não, pesando as circunstâncias que envolvia. Decidiu fazer. Em minha opinião, decisão equivocada, porque considero que há um conflito de interesse e que há diferença entre questão legal e questão moral;

 - Como responsável pelo clube, ele não deveria responder aos questionamentos fazendo acusações a opositores. O tema principal é a situação delicada do clube e não as eleições. Não estou defendendo qualquer pretenso candidato. O nome de quem vai assumir o clube não me importa e sim se a pessoa vai assumir a presidência pensando em tirar o Glorioso da situação delicada em que se encontra, sem visar poder ou sem querer utilizar o clube como trampolim para qualquer outra pretensão;

 - O presidente também não deveria justificar as dívidas enormes do Botafogo dizendo que outros clubes se encontram em situação semelhante. Ele deveria se ater aos nossos problemas e às possíveis soluções;

 - Sobre o nosso desejo que ocorra renúncia, podemos desistir, afinal ele declarou que vai até o final da gestão e que deseja transferir o cargo para o próximo presidente. Diante disso, só nos resta torcer para que 2015 chegue logo e para que a pessoa que assumir o clube tenha competência para tirá-lo dessa situação delicada.

 Saudações alvinegras.

 Twitter: @OpiniaoBotafogo

Nenhum comentário: